O mundo de Gafa

Bien venidos ao MEU MUNDO! Se eu quiser, eu jogo fora, penduro no varal ou guardo debaixo da cama, porque é meu! Esse Blog não tem fins (nem princípios) Lucrativos (quer dizer, se quiserem me dar grana, estamos aí!), porém é de extrema pretensão, mesmo que infundada! O importante é exercitar o cérebro! Mesmo que seja pro mau... Mesmo que seja de forma errada... Mesmo que tenha de explodí-lo! Porque se escrevemos, é para que alguém em algum lugar, quando ler, sofra alguma reação!

sábado, março 10, 2007

Quando o Amor acaba...

"Amar não é coisa para amadores."
Milôr Fernandes




No inicio, ahhhh, no início! Era bem assim, ela me amava e EU sentia isso. EU via em seus olhos e em seu sorriso e em sua respiração. Tínhamos sintonia. Bastava ela me ver e estava tudo aí. E, quer saber? Era recíproco! Assim como ela me amava e EU podia sentir isso, ela também podia ter certeza que EU a adorava. Podia não lhe dizer assim, com todas as letras, mas bem, como diz aquela frase-feita "um gesto vale mais que mil palavras". E não se pode dizer que EU não era carinhoso com ela. Estava sempre à sua volta, nos divertíamos à beça, eu dava mordidinhas de brincadeira, ela me acariciava atrás da orelha, tipo quando dá aquela coceirinha, sabem?!, de volta, lhe dava uma lambida na bochecha, ela fazia cara de "noujeenho" de brincadeira e desatava a rir disso... enfim, éramos um par perfeito.
Logo de cara, tive problemas com os pais dela. O Pai, homem da casa, tinha de manter sua pose. Não falava comigo. Aliás, fazia o possível para nem estar no mesmo cômodo da casa que EU estivesse ocupando. A mãe, bem, ela falava mal de mim o tempo todo. Sempre que podia falar algo pra me maltratar, fazia questão de dizer. Eram unânimes quanto serem contra minha chegada na família, assim como falei. Mas tiveram de se conformar, visto que nosso amor era bem maior que suas ressalvas. Por fim, tiveram de aceitar. Ainda assim, nada de ir pro quarto dela, não senhor. Muito menos, deitar em sua cama! E mesmo eles não estando em casa, não convinha fazê-lo, podiam descobrir. Seria pior, pra ela e pra mim.
Porém, as coisas foram mudando... não sei quando começou isso e nem por que, mas o tempo foi passando e ela já não tinha tanto prazer na minha companhia... já não fiava comigo em todas suas horas livres. E EU me sentia triste. Tudo bem, uma coisa ou outra errada EU fiz talvez... tinha ciúmes dos amigos dela, pra bem da verdade, me desentendia quase sempre com eles. Ela me dizia pra que não fizesse assim, mas não tinha jeito. O sangue subia, ficava com inveja e os atacava. E isso a chateava, EU sei... Mas também sentia que a estava perdendo. Que outras coisas entravam na vida dela e que EU ia me tornando um mero coadjuvante, ao fundo, sem falas, perdendo a interação. Não sabia o que fazer para reparar isso. Aliás, tudo que fazia, parecia errado. Sempre que tentei chamar a atenção, e que antes, ela adorava, agora me repreendia, dizia que EU não tinha mais idade pra fazer isso, e nem ela pra aturar esse tipo de coisa. EU estava ficando louco. meu coração aos poucos, despedaçava-se.
Por fim, reuni o resto de dignidade depois de nossa última briga e, com lágrimas nos olhos e pesar no coração, me fui embora. Dizem uns que ela ainda me procurou uma semana ou duas, porém, se EU voltasse, ainda assim, as coisas não seriam como antes. Hoje sou um oco, mendigando carinho à volta dos outros. Se me perguntarem, sim, EU tenho vergonha, mas é o meu destino. E, por mais que EU tente, suas ultimas palavras não saem da minha mente:

-- Rex, cachorro mau, pare de tentar comer meu ursinho de pelúcia! Será que vou ter que e prender pra sempre num canil?!



Humor: Feliz que nem cachorro em mesa de churrasco.



Ouvindo: Iggy Pop and the Stooges - Wanna be Your Dog.