O mundo de Gafa

Bien venidos ao MEU MUNDO! Se eu quiser, eu jogo fora, penduro no varal ou guardo debaixo da cama, porque é meu! Esse Blog não tem fins (nem princípios) Lucrativos (quer dizer, se quiserem me dar grana, estamos aí!), porém é de extrema pretensão, mesmo que infundada! O importante é exercitar o cérebro! Mesmo que seja pro mau... Mesmo que seja de forma errada... Mesmo que tenha de explodí-lo! Porque se escrevemos, é para que alguém em algum lugar, quando ler, sofra alguma reação!

terça-feira, novembro 28, 2006

Sanidade Alheia.

"A certeza da certeza faz o louco gritar."
Lobão



Estou nervoso. Não sei por que ando me sentido assim... nervoso, tenso e com medo. É... com medo. Medo de que, aliás? Ah sim, lembrei. Lembrei que minha memória está falha e que tenho medo daquele Elephante que vez por outra tenta entrar aqui no escritório.
Levanto e vou até a janela. A fecho. Vou até a porta e a fecho. Vou até meu ziper da calça e o fecho. Grito, em alto e bom tom:

-- Monsenhor Elephante, se achas que vais adentrar aqui quando bem entenderes, pois muito que estás enganado!

Vou até a janela e a abro. Maldicta empregada que nunca abre essa janela pra que entre ar pela manhã. Tenho que demití-la amanhã. Não, tenho que demití-la na Segunda Feira pois antes ela tem que fazer uma faxina aqui e fechar essas janelas que tá muito frio. Chicana incompentente, que sempre deixa essas janelas arreganhadas como dente de Onça. De onde tirei essa analogia?

-- Animalogia! -- Rio comigo mesmo.

Viro pro Adalberto pra contar essa, mas ele já foi embora.
Fazem três dias que ele foi embora. Aliás, fazem três dias que não durmo, falando nisso... Vou dar uma sesteadinha básica no Sophá e já volto...
Não, não posso, onde EU estava com a cabeça! Não durmo a três dias pois estou organizando os papéis...
Vou até a escrivaninha para pegar meus óculos. Reviro tudo, pego umas pastilhas, pego meu cigarro, pego a arma, dou três tiros pra afugentar o elephante que vinha entrando de fininho... que que EU queria aqui mesmo? Saio de perto da mesinha e sento no sophá pra dormir.
Não, não posso dormir! Encho uma Xícara de café e tomo um gole. Estava vazia. A xícara, a garrafa, a chaleira, o bule, o saco do café... enfim, tudo vazio. Acendi um cigarro pra me confortar. Pûs o cigarro atrás da orelha. Fiquei absorto em meus pensamento... Senti cheiro e algo queimando.
Caramba! Que tava fazendo com um cigarro na orelha?! Vou pegar o sacana que me fez isso! Por isso que parei de fumar! Aliás, nunca fumei na minha vida! Esse cigarro não era meu! De quem é esse cigarro? Deve ser daquela Noir maldicta da empregada. Segunda demito aquela escura...
Levanto e vou até a mezinha pra pegar os papéis de demissão da Gringa. Lembrei que precisaria dos óculos pra ler os papéis. Aliás, tenho que organizar os papéis, bem lembrado! Por que aquele traste do Adalberto não me ajuda nisso. Viro pra falar com o Adalberto, mas ele não tava mais alí, faziam uns três dias. Procuro meus óculos na gaveta. Acho meu barbeados à pilha, uns livros, meia Maçã já apodrecendo... cadê os óculos.
Tenho um estalo. Foi aquele Duende senvergonho de novo...
Olho de soslaio pro chão e lá estava ele, com um sorriso maroto e os óculos no pescoço.

-- Agora te pego, safado!

Saio correndo dentro do escritório. Ele, como é baixinho, corre mais rápido e passa entre pés de mesa, cadeira, sophá. Vai em Zigue-Zague pois é como os Duendes correm pelo que se sabe. EU desvio de tudo como posso e quando me aproximo, me atiro pra cima do fujão. Não consigo pegar, de novo! Aliás, nem ao menos o avisto. Será que tinha um Duende com meus óculos. Vou até um buraco de rato e ajeito meus óculos na cara pra ver melhor. É, nenhum Duende aqui.
Nossa! meus óculos estão na cara! Hahahahah, devo estar ficando lelé da cuca!

-- Ô Adalberto, tu não acha que EU tô...

Droga, lá se foi o Adalberto. Faz três dias! Como passa o tempo. Olho no relógio. Parou de novo. Às 23:30. De Quarta. Segunda tenho que mandar aquela Chin embora, pois sempre me deixa as Janelas fechadas nesses dias de Sol.
Vou até a Janela e a fecho. Estava chovendo e molhando os papéis na mesa. Vou até a porta e passo a chave. Sento no sophá. Levanto, vou até a porta e passo a chave. Sento no sophá. Levanto, vou até a porta e passo a chave. Sento no Sophá. Enxoto o Elephande que tava no cantinho da sala, pela janela afora.
Vou até a bica tomar um gole d'água. Sai café. Menos mal que está quente.
O interphone toca. Voz feminina. Era a Alemoa-batata da minha secretária-faxineira. Dessa Segunda ela não escapa.

-- O Sr. Adalberto aguarda o seu horário. Aliás, o Sr. já viu os papéis da minha recisão? Vou viajar Quinta Feira e preciso estar disponível na Segunda já...

Maldicta Albina, vai me abandonar. Fico com os olhos cheios d'água. Nem ouço mais ela falar. Sinto frio, sinto um nó na garganta. Vontade de chorar... ajeito a gravata que EU tinha apertado sem sentir. O interphone toca de novo. Deve ser aquela Mestiça de novo.

-- Sr. posso mandar o Sr. Adalberto subir?
-- Pode!

Claro que pode! Fazem três dias que o Adalberto não vem pra me visitar. Adoro ele, é tão engraçado. Um pouco doido, mas engraçado.
Adalberto entra. Me cumprimenta. Senta no Sophá. Não era um Sophá, era um divã. Deita no divã e começa:

-- Dr., na última sessão o Sr. me falava sobre a minha patologia...
-- Então... o Sr. tem uma obsessão implicita não homossexual sobre o Pênis alheio. Porém me consultando de três em três dias, não mais que isso, acharemos a sua cura, pois sou um renomado profissional da Psicologia...






Humor: Um dos melhores que já tive!


Ouvindo: Lobão - A Vida é Doce.