O mundo de Gafa

Bien venidos ao MEU MUNDO! Se eu quiser, eu jogo fora, penduro no varal ou guardo debaixo da cama, porque é meu! Esse Blog não tem fins (nem princípios) Lucrativos (quer dizer, se quiserem me dar grana, estamos aí!), porém é de extrema pretensão, mesmo que infundada! O importante é exercitar o cérebro! Mesmo que seja pro mau... Mesmo que seja de forma errada... Mesmo que tenha de explodí-lo! Porque se escrevemos, é para que alguém em algum lugar, quando ler, sofra alguma reação!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Aparências.

"No creo in brujas, pero que las hay, las hay..."
Dito popular "en español".



Ele... ele achava um tremendo saco ter que ir passar parte das suas férias, ainda mais no carnaval, naquela cidadezinha do Interior dos interiores de lugar algum! Maldicta seja essa parentada que é do interior e tem que se visitar, como compromisso...

Ela... ela nasceu e cresceu no interior. E talvez fôsse passar toda sua vida por lá. Sua natureza era essa, não precisava muito, o que tinha lhe satisfazia lá mesmo.

Ele era arrogante, prepotente e se achava senhor do mundo. Não sem motivo, realmente, tinha admiráveis pontos bons em sua composição. Sabia muito do trato das pessoas. Dissimulava bem. Persuadia e não deixava lhe pegarem. Sabia prever acontecimentos, não por mediunidade, mas sim por que a natureza sempre se repete e essa história toda.

Ela tinha ares de ingênua. Era comportada até que se provasse o contrário, nunca fez nada que desagradasse ninguém. Era muito bem quista por todos das redondezas.

Eles se encontraram numa pequena comemoração, coisa de uma família que chama a outra que é vizinha de uma terceira e coisa e talz...

Ele a olhou e pensou, cá com seus botões: "Por que não, rapaz, que tens a perder?!"

Ela o olhou e sorriu, nem imaginando o que ele pensava.

Ele se aproximou, puxou assunto. Destilou todo seu "veneno" ao ouvido dela. Foi suave e letal.

Ela achou o máximo alguém de fora vir falar com ela. Não eram muitos que o faziam. Geralmente ela quem teria de se aproximar num lugar como aqueles e tudo o mais...

Eles conversaram a noite toda, come se tivessem conhecido toda a vida.

Ele tinha um meio-sorriso nos lábios, os olhos malicentos e a testa pendendo sobre seus olhos. Dava impressão de que nem possuia olhos, pois uma sombra os escondia, o que dava todo um ar de mistério à sua volta. Ele sabia que isso as impressionava.

Ela sorria muito, mas, acanhada, tentava tapar com sua delicada mãozinha uma parte dos lábios, o que aumentava sua candice. Ficava rubrorizada a cada coisa que ele le falava ao pé do ouvido.

Ele tinha certeza que o jogo estava ganho. A garota estava na dele, ele ia ter uma boa noitada com ela, simples assim. Ótimo pra acabar com o tédio que seria esse fim de semana isolado "do mundo lá fora" como ele dizia.

Ela estava dando linha. Adorou o ter conhecido e lhe disse isso. E disse que não tinha caras legais que nem ele alí onde ela morava. E que adoraria passear com ele fora daquela "festinha" de vilarejo.

Eles saíram noite afora, olhando as estrelas, trocando comentários e tudo o mais.

Ele achou que era uma boa idéia brincar com ela, pra esquentar um pouco as coisas... perguntou se ela acreditava em Lobisomens.

Ela disse que não a visse como uma caipira... essa coisa de Lobisomens era bobagem e coisa e talz...

Ele saiu correndo, trepou num poste pequenino, tipo, como se fôsse mesmo um lobo, mirou a Lua e uivou a plenos pulmões.

Ela pediu pra que parasse com aquela besteira.

Eles se aproximaram. Ele, com vontade, ela, com receio.

Ele comentou que já era tarde e ela deveria ir pra casa. Porém sabia que ela ficaria mais. Era assim que funcionavam as coisas.

Ela concordou, disse ter que ir, porém o convidou para que a acompanhasse até sua casa.

Ele brincou que não iria, pois poderia haver algum pai furioso e armado até os dentes à sua espera.

Ela disse que não fôsse tolo. Morava sózinha e não tinha esse problema.

Eles andaram juntos, meio em silêncio. Não um silêncio constrangedor, mas sim algo quando ambos concordam que não se tem o que dizer.

Ele chega a soleira da porta, lhe dá um abraço de despedida. Mas sabe que não ficaria apenas nisso. Achava curioso uma jovem assim, morando só.

Ela abriu a porta e foi entrando. Parou, olhou pra trás e perguntou se ele não ia entrar.

Ele respondeu que Lobisomens não entram sem serem convidados.

Ela deu uma gargalhada. Disse novamente que isso não existia, além do que, são os vampiros que fazem isso...

Eles se aproximaram. Muito. As respirações se tocavam. Eles não. Ainda não. Olharam, um os olhos do outro.

Ele aproximou seus lábios dos dela. 90% do caminho andado.

Ela terminou os 10%, lhe dando um beijo.

Ele a abraçou forte e manteve o beijo.

Ela não resistiu. Nem tentou.

Eles pararam no tempo.

Ele escorregou a boca para o lado, ao pescoço dela. Deu-lhe um, dois, vários beijos acariciando seus cabelos.

Ela fez o mesmo. Levou a boca em direção ao pescoço dele.

Ele sentiu uma dor lânguida, como se lhe tivessem cravado algo na jugular. Se afastou com a mão no pescoço. Sentiu algo molhado. Seu sangue.

Ela também se afastou. Já era pálida, porém agora sua cor era acinzentada. Seus olhos, fundos e negros, eram assustadores. Na verdade, desesperadores seria a palavra correta. Em sua boca, caninos afiados e sangue. O sangue dele.

Eles fariam um belo casal.

Ele gritou assustado que ela tinha dito que aqjuilo não existia, era tolice.

Ela disse que falou isso dos lobisomens, não dos vampiros...

Ele sorriu, reconhecendo a derrota e perguntou como seria agora.

Ela lhe ensinaria, passo à passo como se vive a morte.

Eles casaram e foram muito felizes sugando o sangue alheio e enganando os inocentes.



Humor: Cada vez melhor.


Ouvindo: Metallica - Of Wolf and Man.