O mundo de Gafa

Bien venidos ao MEU MUNDO! Se eu quiser, eu jogo fora, penduro no varal ou guardo debaixo da cama, porque é meu! Esse Blog não tem fins (nem princípios) Lucrativos (quer dizer, se quiserem me dar grana, estamos aí!), porém é de extrema pretensão, mesmo que infundada! O importante é exercitar o cérebro! Mesmo que seja pro mau... Mesmo que seja de forma errada... Mesmo que tenha de explodí-lo! Porque se escrevemos, é para que alguém em algum lugar, quando ler, sofra alguma reação!

terça-feira, julho 18, 2006

Não se importe com isso...

" Atualmente, nada mais racional do que enlouquecer!"
Algum louco, EU presumo.



Sono e Mau Humor.
Era tudo que EU tinha no bolso àquela hora da madrugada ainda não dormida.
Sono e Mau Humor... Treze centavos, um clips de Papel e um Chiclé mascado... apenas isso que tinha no bolso antes de cruzar a porta do lar.
Lar, maldicto lar... como cheira mal esse nome! Parece algo com mofo e urina de rato...
13 centavos... quem usa 13 centavos hoje em dia? O ques e compra com isso? Porque eles existem? Porque estavam no meu Bolso?
Joguei os 13 centavos no ralo da pia. Chutei a pia, gritei com a pia, chorei na pia.
Saí do banheiro de onde nunca tinha entrado. Ainda estava com frio que nunca mencionei ter estado... peguei alguns isopores na pilha e acendi a fogueira pra aquecer a alma, assim que ela voltasse. Se é que um dia voltaria, depois de toda renegação que fiz...
Reaqueci o café da cafeteira... esqueci de tudo a minha volta! O frio é muito mais triste que qualquer outra coisa que possa imaginar. Não queria imaginar mais nada, mas, por mais burro que fôsse, não poderia simplesmente parar de pensar. Fui até a janela ver se conseguia me suicidar. lembrei que morava no primeiro andar e não daria muito certo... Se é pra morrer, que seja do melhor jeito possível! Carreguei meu revolver e dei descarga no banheiro, pra verse conseguia me concentrar... no que mesmo?
Ah, sim, o café estava esfumaçando! Voltei a realidade e me revoltei com o que não queria. Servi o café nas mãos em concha, não perguntem como, e com ele lavei meu rosto. Senti cheiro de queimado. Senti gosto de queimado. Ouvi som de queimado na minha pele. Vi a fumaça saindo do meu rosto. Senti a fumaça sair do rosto... o aroma era de dar inveja a qualquer filme que já tenha visto.
Respirei fundo pois já fazia três dias que não respirava e estava começando a ficar chateado. realmente, era disso que todos diziam que precisava... mas se todos estivessem certos, porque raios falariam logo comigo? Dissipei tais pensamentos e me concentrei em limpar as manchas de sangue do chão. Que inferno, por que isso não parava?! Todo dia sempre limpo essa mancha, todo dia ela cresce e me deprime mais! Derramei Vodka barata nela pois já tinha bebido todo Alcool de limpeza ontem... Peguei um velho Blusão de lã e comecei a esfregar, de joelhos. Me pareceu que ele cantava uma música triste, mas um blusão não é o tipo de coisa que canta. até se tivesse uma vassoura nele enrolado, vá lá, mas... Levantei e pûs um CD no meu rádio. Anna Vogelzang. Ouvi todo ele! tem só uma música. É o melhor CD que já ouvi na vida. não lembro de ter ouvido outra coisa nas ultimas 3 décadas. Gritei em cada frase da letra que não sei e nem faço idéia de como deve ser!
Sorri.
Parei de sorrir. Fui a geladeira capturar algo pra comer. estava quente como o inferno de Dante lá dentro. Não que EU saiba quem foi Dante, mas foi o que me veio a mente e é melhor não contrariar... tinha um Pato vivo que acenou pra mim, tinha Leite de Asno, um repolho em decomposição, um Iogurte em recomposição e um compositor de MPB... peguei um Quindim com uma flor que nascia sobre ele... comi o papel. Tinha o gosto bom de uma manhã de Verão, o que fazia uns 3 anos que não acontecia por aqui. Pûs o Quindim sobre outro papel e guardei de volta na geladeira.
O Café esfriou. pedi perdão a ele a todos que ofendi naquele dia. Liguei o fogo em lágrimas, dancei mais uma vez a mesma música de fundo. E outra. E sempre dançava. E sempre gostava de dançar. E sempre tropeçava na mesma parte. Da música. Da sala. Da vida. Olhei no espelho e vi quem não queria... sempre esse mesmo cara. Sempre me assusto! Não consigo mais dormir lembrando disso. Talvez um dia ele vá embora...
Olhei de relance para o sofá. Quem poderia imaginar que um dia foi uma vaca?! Couro preto, como meus pais gostavam... EU tive pais? Não era momento para duvidas enfim! O relance se demorou na figura dela... Ahhh, deitada no sofá... seus lábios azuis... sua pele Branca... Morta, como de costume. Poderia explanar horas a fio sobre sua alva beleza, mas não sei o que quer dizer alva e não queria usaro termo "dantesca beleza", pra não parecer repetitivo... Mas ela era linda. Era divina. A quanto tempo estava alí? Um dia? Um ano? A vida toda? A morte toda? Ela nunca iria me abandonar, posso ter certeza! Uma mosca tenta pousar em sua coxa... saco a arma e ela se afasta. Cuspo nela e ela tomba, juntando-se as outras, também cuspidas, também com os dias contados.
A colera toma meus sentidos. Agarro o Bule de café em brasas e arremesso contra a parede! Ele se despedaça em cacos de borboletas e escorre parede acima, cobrindo a sala de um tom vermelho-opaco que só vi em livros. Aproveitei a deixa e troquei a lâmpada acesa da sala por uma apagada, pois não conseguia meditar com todo esse barulho!
Meditei e vi que não queria meditar, por isso me incomodava... Levantei do chão que havia sentado pra meditar, aos pés do sofá e vomitei desconexamente. Jurei pra mim mesmo e pra um par de pilhas alcalinas que hoje seria diferente! Acendi um cigarro no queixo. Larguei ele dentro do aquário. Pegou fogo na casa do peixe. Bem feito, odeio peixes... Lembrei que tinha achado um Clips de Papel e fui lá pôr ele na pilha de Clips de Papel. Tinha 14.727 Clips que foram achados pela minha pessoa. Isso era como um milagre, vocês não entendem?! 14.727! Querem que EU desenhe? Está tudo tão claro... Tá, desisto, como sou campeão de fazer!
Juntei minha mochila do chão e dei um beijo de despedida no meu anjo deitado lá naquele sofá. Suspirei, respirei, expirei, inspirei, esperei... Peguei minhas chaves. Saí pela janela. Chaveei a porta pelo lado de fora e arremessei as chaves pra dentro de casa. Gritei que a amava! Gritei que quem calava, consentia... Olhei pro cano do meu revolver. Ví que estava carregado como quando EU tinha o carregado, o que não fazia meia hora ou uma semana... mas o tempo passa rápido quando nos divertimos!
Atravessei o quintal e lá fui EU! Matar uns cães, umas crianças e/ou umas meretrizes. Não tinha muito o que fazer num dia como hoje. Comecei a correr de felicidade.
Se estava ficando louco? Claro que não! Acham que EU não notaria a hora exata em que Eu enlouqueceria?!
11:24 da manhã de um dia qualquer!



Humor: O que é isso?


Ouvindo: Tears for Fears - Mad World.