O mundo de Gafa

Bien venidos ao MEU MUNDO! Se eu quiser, eu jogo fora, penduro no varal ou guardo debaixo da cama, porque é meu! Esse Blog não tem fins (nem princípios) Lucrativos (quer dizer, se quiserem me dar grana, estamos aí!), porém é de extrema pretensão, mesmo que infundada! O importante é exercitar o cérebro! Mesmo que seja pro mau... Mesmo que seja de forma errada... Mesmo que tenha de explodí-lo! Porque se escrevemos, é para que alguém em algum lugar, quando ler, sofra alguma reação!

quinta-feira, dezembro 02, 2004

O Conto do Homem e o Muro...

Uma das minhas - "Metáfora é o jeito de parecer mais inteligente do que se realmente é, de uma forma menos canastrona!"


Ouvi certa vez, uma história a respeito de um homem simples, um homem que não era inteligente, também não era forte, tampouco bonito, nem ao menos corajoso!
Esse homem possuia muitas das falhas humanamente possíveis, talvez por isso, fosse tão simples... mas isso não vem ao caso... Ou talvez venha, não saberia dizer...
O fato é que, certa vez passava ele por um local nunca antes visitado, um local para ele, novo! Não via muitas pessoas passando por lá... Se sentia confortado de passar por lá... Mas algo lhe incomodava. Em certa parte do caminho, havia um muro! Não era um muro muito alto, mas tinha arames com farpas e não tinha onde se apoiar muito bem para subir. Parecia perigoso, e ele não era muito valente...
Porém, todos os dias, passeando distraídamente... parava alguns minutos defronte ao muro, admirando-o! Perguntava-se o que haveria do outro lado, pois, com um muro dequeles, deveria defender algo de extremo valor! E sua curiosidade começou a queimar-lhe as entranhas...
Certa data, não consegui mais se conter! Não que a curiosidade tenha superado o medo, pois ainda tinha o medo! Mas, digamos que ele teve um impeto de insanidade momentanea. E lá se foi ele! Desajeitadamente, ia tentando subir, aos trancos e barrancos! Cada avançada, pensava consigo, como seria do outro lado... "E se ao pular pro outro lado, tivesse um canteiro de lindas flores e ele, desajeitado e sem querer, caísse com suas botinas sobre elas, pisoteando-as? E se, na passagem, ficasse preso, ou se arranhasse nas farpas? Ou se cansasse antes de alcançar o topo? Ou se...?" Mas, absorto em seus pensamentos, se desequilibra e cai!
E que queda! Cai e se machuca feio! Sente aquela dor terrível... Nunca esqueceria daquela dor! tinha aquele nó na garganta, mas não consguiu chorar! Nunca conseguia... Somente se afastou do tal muro! Foi para longe, o mais que podia. Mas não muito... Embora tenha se ferido, ainda estava intrigado a respeito do tal muro... Tentou esquecer, fazer outras coisas, se distrair, deixar o muro de lado. Até quase conseguiu... se distraiu, fez outras coisas, foi pra lá, foi pra cá, e foi!
Então, quando ele achava que havia esquecido do tal muro, eis que passando distraído, o avista novamente (talvez, inconsientemente, tivesse sido atraído de novo...). Dessa vez o muro parecia muito mais alto, mas talvez tenha sido o medo dele que o deu essa impressão... O terrívelo era que continuava com aquele sentimento de fracasso, de tristeza e de curiosidade! Já não era mais sadio! Tinha que arranjar um jeito de transpor esse muro! Certamente, desistiu da idéia de pular o muro. Se não conseguiu antes, agora é que não daria.Não havia nem uma passagem, também, nenhuma brecha! Ele é que teria que fazer algo! Não conseguia pensar em nada! Era um burro, um asno completo! Um cabeça-dura!
Isso! Um cabeça-dura era o que ele era! Então aí está a solução! Tomou distância e PLÉIN! Deu uma senhora cabeçada no muro! Apagou na hora, o pobre coitado! Acordou com o sangue a escorrer sobre seu rosto, saído de sua testa! Doía pra caramba! Levantou-se, ainda tonto e PLÉIN, mais uma cabeçada! E nessa não desmaiou, apenas ficou tonto! E PLÉIN, de novo! E de novo!
Mas o muro nem ao menos se moveu! Nem estremeceu, nem fez nenhum barulho, exceto o de sua cabeça... Mas o homem não desistui, não dessa vez! Criou uma espécia de rotina... Ia, buscava lenha pro fogo da noite, caçava algo pra se manter e voltava às cabeçadas do muro! PLÉIN e PLÉIN e PLÉIN! Não tinha vontade de fazer mais nada, só dar cabeçadas! Sua testa já tinha se acostumado. Já não sangrava mais! Já não ficava mais tonto! Mas o muro, nem um milimetro se movia. Nada e nada! PLÉIN e PLÉIN! Estava acostumado até com a dor, e, creiam ou não, até sentia falta, às vezes...
Um dia, sem esperar que fosse acontecer, o muro tremeu! E ruiu! e ele bateu com a cabeça mais e mais! Era agora! E caiam farelos do muro sobre ele! Mas não se importava! Dava outra e outra! E o muro rachou! E o muro cedeu! E o muro veio a baixo! Finalmente, ele conseguiu! Ou achava isso, ao menos...
O que havia do outro lado? Uma grade gigantesca! Era enorme, mas ao menos, podia ver através dela! Não tinha o canteiro de flores que temia que tivesse. Até era melhor assim, não gostava muito de flores mesmo...
Bem, atrás da grade, tinha um bosque! Parecia escuro e sombrio... Mas ele não gostava muito da luz forte. E nem de agito! Era só aparencia! Só queria um pouco de paz, talvez... E, mais uma vez, com sua curiosidade instigada, ficou as voltas da grade! mas, dessa vez, era só uma grade! Oras, já tinha derrubado um muro a cabeçadas! O que era uma grade? Seria muito mais fácil, mais rápido, mais simples! Talvez...
Começou a roer a grade! Queria chegar no bosque! De qualquer forma, arrancaria aquela grade, mais cedo ou mais tarde! Ou não...
Mas seus dentes eram mais fortes que armadilha de urso! Acho até que era um dos poucos pontos a seu favor...


Humor: Esperançoso e contente!

Ouvindo: Pete Yorn - Ever Fallen' in Love?